Pedro Westphalen, Afonso Hamm, Rodolfo Nogueira e Luis Carlos Heinze (Crédito: Vinicius Loures, Câmara dos Deputados)
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados, realizou na terça-feira (22) uma Audiência Pública para debater, por cerca de cinco horas, a grave situação do agronegócio no Rio Grande do Sul e cobrar soluções do governo.
Decisão tem que ser política
Proposta do deputado federal Afonso Hamm (PP/RS), a iniciativa visa encontrar soluções urgentes para os desafios que assolam o setor, como os impactos da estiagem. “Decisão tem que ser política”, defendem lideranças.
Securitização das dívidas
O deputado Afonso Hamm presidiu a audiência pública, com presença de deputados federais, estaduais, vereadores e lideranças do setor agropecuário, e, apontou quatro temas a serem decididos com urgência: a securitização das dívidas; inclusive o senador Luis Carlos Heinze (PP/RS), é o autor dessa proposta no Senado, e o deputado Pedro Westphalen (PP/RS), é o autor na Câmara dos Deputados; impactos da estiagem; prorrogação dos prazos de financiamento, e a melhoria. São esses os principais tópicos que vão pautar a situação para que nós tenhamos um encaminhamento rápido
Reunião com Lula
Afonso Hamm afirmou que a meta é, através da bancada gaúcha, marcar uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a participação de deputados e senadores de todos os partidos para mostrar ao presidente a situação dos produtores do Rio Grande do Sul, num diálogo franco e aberto.
Salvar o agro no Brasil

O ministro Augusto Nardes, conselheiro do Tribunal de Contas da União, participou da reunião em defesa do agro gaúcho na Câmara dos Deputados, e lembrou de episódio semelhante ocorrido há 20 anos, quando os gaúchos, unidos, saíram do Rio Grande a cavalo, de trator, de caminhão, vieram a Brasília para pressionar. “O movimento salvou o agro no Brasil para os mais jovens”, afirmou o ministro.
Grande avanço
Augusto Nardes destacou: “foi um momento importante que tivemos do Brasil. Nós produzimos 70 milhões, hoje estamos produzindo 300 milhões de toneladas. Foi um grande avanço. Não podemos enfraquecer”, apontou o ministro gaúcho do TCU. “Por isso que eu estou acompanhando desde o início, o Gedeão Pereira (presidente da Farsul). Já estivemos com o Fernando Haddad, conversando, buscando um respaldo técnico. O que falta para o Rio Grande Sul é coragem de um governante estabelecer a política de irrigação”, disparou o ministro do TCU.
Não salvar o Rio Grande é um erro
“Eu não sou governo. Quero deixar bem claro, eu fiscalizo o governo, eu estou lá para penalizar o governo quando comete erros”, afirmou Augusto Nardes, acrescentando: “eu acho que o fato de não investir e não salvar o Rio Grande é um grande erro do governo, porque isso vai acabar com o emprego, vai acabar com o desenvolvimento daquele estado”.
Situação gravíssima
Presidente da Farsul, Gedeão Pereira afirmou que “a situação da produção não é grave, é gravíssima, grave era o ano ado, agora é gravíssima. As perdas na produção agrícola do estado entre 2020 e 2024 já totalizam 50 milhões de toneladas de grãos, o que representa um prejuízo direto de R$ 106,6 bilhões para os produtores gaúchos”, finaliza.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa