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A Força da Mulher na Comunicação 4w6x8

Por Edgar Lisboa

Nos últimos anos, a presença das mulheres no jornalismo tem crescido de forma significativa, refletindo não apenas uma conquista de espaço, mas também uma transformação profunda na forma de fazer e pensar a comunicação. As mulheres não são mais apenas repórteres nas ruas — hoje, elas ocupam postos de chefia, apresentam grandes telejornais, comandam redações e influenciam os rumos da mídia no Brasil e no mundo.

Esse avanço representa mais do que igualdade de oportunidades: mostra o poder da voz feminina em pautas fundamentais, na diversidade de olhares e na construção de uma narrativa mais plural e sensível. Jornalistas mulheres têm sido protagonistas de grandes reportagens investigativas, de coberturas históricas e da defesa incansável da ética, dos direitos humanos e da democracia.

Rompem barreiras e inspiram novas gerações

A presença feminina nos cargos de liderança também contribui para ambientes de trabalho mais justos e inclusivos, incentivando a equidade de gênero nas decisões editoriais e istrativas. Ao ocupar esses espaços, as mulheres rompem barreiras, inspiram novas gerações e mostram que comunicação de qualidade se faz com competência, sensibilidade e coragem — características que transcendem qualquer estereótipo de gênero.

Competência e transformação

Hoje, mais do que nunca, a mulher no jornalismo é sinônimo de força, competência e transformação. E sua atuação segue moldando um futuro mais democrático, diverso e verdadeiro na comunicação.

Mulheres no comando

No jornalismo brasileiro, a presença de mulheres em cargos de direção e chefia de redação tem crescido, mas ainda não alcança a igualdade com os homens. Há mulheres que ocupam posições de destaque em grandes jornais e em diferentes veículos de comunicação.

Ana Dubeux, Ana Amélia Lemos, Mônica Monteiro, Marlene Galeazzi e Ana Lúcia Zanelatto, falam ao Portal Repórter Brasília, de suas experiências na conquista do espaço para as mulheres, principalmente, na comunicação.

Ana Dubeux, Diretora de Redação do Correio Braziliense

Ana Dubeux, no comando de Redação do Correio Braziliense, primeira mulher a integrar o Condlmínio dos Diários Associados.

Ana Dubeux, pernambucana vive em Brasília há mais de 35 anos, cidade onde fez a carreira no Jornalismo. Uma profissional que veio tentar a sorte em Brasília e conquistou o respeito, a confiança e a credibilidade do leitor da capital do país. Imprimiu sua marca no maior jornal da cidade, o Correio Braziliense, e tornou-se a primeira mulher a integrar o Condomínio dos Diários Associados”

Ana Dubeux: “O principal é a informação de qualidade”

Em entrevista ao Portal Repórter Brasília, a Diretora de Redação do Correio BrazilienseAna Dubeux, falou sobre os desafios do jornalismo contemporâneo, a importância da credibilidade e o combate à desinformação. Com uma trajetória que começou nos jornais impressos de Recife, ela acompanhou de perto as transformações tecnológicas do setor e hoje lidera um dos mais importantes veículos de comunicação do país.

Portal Repórter Brasília: Ana, qual é, na sua visão, o papel fundamental do jornalismo atualmente?

Ana Dubeux: O principal é a informação de qualidade. A gente não pode jamais pôr em risco a credibilidade daquilo que é o nosso ofício. Qualidade sempre. É um princípio inegociável.

Como você vê a questão da desinformação e das fake news?

A fake news é uma coisa abusiva. A desinformação, como diz a própria ONU, é o maior mal do século. Acho que é preciso parar e dizer: “Isso é um problema gravíssimo”. A gente tem que olhar cada vez mais para este problema de forma incisiva, porque esse universo está cada vez mais contaminado por desinformação, e isso preocupa muito.

As novas tecnologias impactaram fortemente o jornalismo. Como foi, para você, acompanhar essas transformações?

Eu sou de uma geração que começou lá atrás, em Olinda, num tabloide esportivo, depois no Jornal do Comércio, em Recife. Trabalhei em gráfica pequena, alternativa, com linotipo — embora logo depois tenha vindo o offset. Acompanhei o movimento da chegada da internet, e agora, mais do que isso, da inteligência artificial.

Tudo isso a gente entende, estuda, busca as melhores formas de entrar nesse universo novo, sempre com padrão ético. Apesar de ser muito desafiador, está dentro de um processo legítimo de transformação, e a gente tem que entrar. Eu acredito profundamente no poder da informação qualificada.

Você acredita que o jornalismo está preparado para enfrentar a desinformação?

Eu acredito que sim, mas é um grande desafio. Mais do que a transformação digital, o mais difícil foi aprender a lidar com esse ambiente tóxico de desinformação. Hoje, notícias falsas, teorias da conspiração e manipulações impactam diretamente a vida das pessoas — da saúde pública às escolhas eleitorais, ando pela educação, meio ambiente e outros campos.

Por isso, é fundamental investir em educação midiática, ensinar as pessoas a consumirem informação de maneira crítica. Não podemos cair no discurso ideológico raso, mas sim trabalhar concretamente para que as pessoas aprendam a ler, a entender o que é jornalismo.

Estamos em meio a discussões no Congresso sobre regulação da internet. Você acha que é possível melhorar esse cenário sem cair na censura?

Censura nunca. Acredito que cada um deve ter liberdade para escrever, mas é preciso refletir profundamente sobre os limites e as responsabilidades. Se for para cair na censura, então estamos errando em alguma coisa. O caminho é outro, é o da responsabilidade e da educação, não da repressão.

Recentemente, Repórteres Sem Fronteiras divulgaram um ranking de liberdade de imprensa e o Brasil subiu algumas posições. Como você avalia a liberdade de imprensa no país?

Eu acredito plenamente na liberdade de imprensa. Trabalhei no Nordeste, fora do Nordeste, em Brasília, acompanhei colegas de grandes e pequenos grupos. Claro que governos tentam censurar, vimos isso recentemente, e algumas instituições podem querer, mas nossa visão tem que ser clara: liberdade de imprensa é condição número um.

Democracia e liberdade de imprensa não vivem separadamente, uma coisa não sobrevive sem a outra. Quanto ao ranking, eu respeito, mas precisaria analisar mais profundamente.

E qual é, na sua opinião, o grande desafio para os jornais impressos hoje?

Manter a qualidade. Mesmo com a transformação, dá para fazer bem um jornal impresso. Mas manter uma estrutura assim é muito dispendioso. É uma coisa artesanal, dá muito trabalho e tem um custo altíssimo.

Aqui, por exemplo, somos uma verdadeira usina: fazemos digital, TV, rádio, jornal popular, além do Correio, que considero um jornal importantíssimo, um patrimônio da cidade. Manter essa estrutura, com qualidade, é o maior desafio.

Como você vê o reconhecimento internacional dos jornais brasileiros, como na recente reunião em Cracóvia, na Polônia?

Isso é muito positivo. Concordo com você. Trabalhamos muito, com qualidade informativa e também na apresentação. O jornal precisa ser agradável de ler, relevante. É bom saber que somos considerados entre os bons jornais do mundo.

Isso envolve muita gente, uma história enorme. Para mim, censura é intolerável. Não pode existir. Liberdade de imprensa e democracia andam juntas — sempre.

Mônica Monteiro, Grupo Times CNBC Brasil 3b6n2u

Monica Monteiro: “a inteligência artificial está remodelando não só os processos, mas o papel da criatividade” 2u5x5b

Com mais de 25 anos de experiência no segmento Audiovisual e Broadcasting & Television; carreira combinada como executiva e empreendedora. Impulsionando o Grupo Times CNBC Brasil, a nova emissora licenciada do maior canal de jornalismo de negócios do mundo, Monica Monteiro fala da transformação dos negócios de comunicação.

Remodelando a criatividade

“Nos últimos anos, a forma como nos comunicamos ou por uma transformação profunda. Como profissional da indústria criativa e líder na área de comunicação, tenho vivido essa mudança de dentro”, afirmou Monica Monteiro, destacando que, “ a inteligência artificial está remodelando não só os processos, mas o papel da criatividade, da intuição e da sensibilidade humana. E nesse novo cenário, vejo uma grande oportunidade: o olhar feminino”.

Mulher hoje não é apenas protagonista

A mulher hoje não é apenas protagonista da conversa, acentua Monica Monteiro.” Ela decide a compra e tem recursos para consumir. Isso muda tudo. O mercado vai precisar rever desde as estratégias de comunicação até o design de produtos, ando pela planta da fábrica, com uma perspectiva mais diversa, sensível e conectada às reais necessidades de quem está na ponta”.

Década de ouro para a mulher

Na visão de Monica Monteiro, “estamos diante de uma tendência global. E acredito que estamos entrando numa década de ouro para a mulher. Vamos ocupar mais cargos de liderança — não só por mérito, mas por necessidade e exigência de um mercado que precisa entender e atender essa consumidora com mais inteligência”.

Equilíbrio entre tecnologia e humanidade

Monica Monteiro aponta que, a IA pode automatizar processos, mas o repertório humano, o senso crítico e o olhar empático são insubstituíveis — e nós, mulheres, temos muito a contribuir nesse equilíbrio entre tecnologia e humanidade”.

Moldando transformações

Por isso, acentua Monica Monteiro, “vejo com otimismo o futuro da comunicação e do mercado. Com mais mulheres liderando, mais vozes sendo ouvidas, mais decisões sendo tomadas com propósito, estamos não só acompanhando as transformações — estamos moldando”.

Ana Amélia Lemos fala sobre a trajetória feminina na comunicação e na política

Ana Amélia Lemos

A jornalista e ex-senadora Ana Amélia Lemos compartilhou um pouco de sua trajetória profissional e da evolução do protagonismo feminino na comunicação e na política brasileira. Ao relembrar o início de sua carreira, Ana Amélia destacou que, naquela época, entre 80% e 90% dos profissionais de comunicação eram homens, cenário que se repetia especialmente no jornalismo econômico, área onde sempre atuou.

“Isso era assim tanto em Porto Alegre, até 1977, quando eu entrei na RBS, como também em Brasília, para onde me mudei em 1979 acompanhando meu marido, nomeado diretor da Caixa Econômica Federal. Na RBS, fiquei 33 anos, inicialmente com uma coluna de economia e, posteriormente, política, após a mudança para Brasília”, contou.

Predomínio masculino

Segundo Ana Amélia, na capital federal, o predomínio masculino também era evidente nas redações de jornalismo político e econômico. Ela lembra que, na Famecos, escola de jornalismo da PUC do Rio Grande do Sul, onde se formou, a maioria dos alunos também eram homens. “Mas, poucos anos depois, se você olha o noticiário televisivo ou os comentários sobre economia e política, vai perceber uma predominância de mulheres. Isso foi um avanço”, afirmou.

Com as redes mais espaço

Para a jornalista, a tecnologia e as redes sociais também abriram novos espaços para o protagonismo feminino, promovendo mais criatividade em áreas como a cultura e o empreendedorismo. “Hoje, as mulheres estão voando de maneira muito mais segura e com muito mais interesse em fazer a diferença numa sociedade tão diversa quanto a brasileira”, destacou.

Entre 100 executivos só duas mulheres

Ana Amélia lembrou ainda que, quando ocupava o cargo de gerente da Sucursal de Brasília da RBS, entre cerca de 100 executivos da empresa, apenas duas eram mulheres: ela e a representante da área de tecnologia da informação. “Mas acredito que isso também era uma questão do próprio interesse das mulheres em buscar esse protagonismo. Hoje, na RBS, as mulheres ocupam posições de destaque nas editorias, nos comandos e em diversos setores.” Atualmente, Ana Amélia é comentarista do canal Agro Mais, do Grupo Bandeirantes, especializado em conteúdo para o setor agropecuário.

O impacto das redes sociais e da inteligência artificial

Ao falar sobre o cenário atual do jornalismo, Ana Amélia destacou as profundas mudanças trazidas pelas redes sociais e pela inteligência artificial. “Houve uma disrupção total na área da comunicação, que hoje é dominada pela influência das redes sociais. Cada cidadão virou um repórter do que ele acha, do que escolhe como valores, como informação ou entretenimento”, avaliou.

Guerra ideológica

Ela apontou que esse fenômeno também se reflete no espaço político, onde há uma guerra ideológica travada entre esquerda e direita no ambiente virtual. “Vale tudo, o que é lamentável, mas acredito que, em algum momento, haverá um amadurecimento e um esgotamento desse modelo.”

Saber o que é fato e o que é fake

Ana Amélia também chamou a atenção para os desafios impostos pela inteligência artificial, especialmente no combate às fake news. “Hoje, com a inteligência artificial, você consegue colocar a voz de uma pessoa e a imagem da própria personagem — como no caso de líderes políticos como Lula ou Bolsonaro —, e isso confunde ainda mais. Por isso, é fundamental ter discernimento para separar o joio do trigo, para saber o que é fato e o que é fake.”

A presença feminina na política

No campo político, Ana Amélia ressaltou que o avanço das mulheres tem sido mais lento, porém consistente. Quando foi eleita senadora, em 2011, as mulheres representavam apenas 12% do Senado, percentual que, à época, era ainda menor na Câmara dos Deputados: apenas 8% entre os 513 parlamentares. “Hoje, esse número subiu para cerca de 18% no Senado, e houve avanços também na Câmara. Embora o tempo tenha ado, a participação feminina tem sido cada vez mais expressiva, não por conta de cotas ou legislações protetivas, mas pela vontade das mulheres de ocupar espaços relevantes para a vida do país”, afirmou.

Ela destacou ainda o crescimento do número de governadoras e prefeitas mulheres, sinalizando um interesse cada vez maior pelo protagonismo político e istrativo. “Tudo é uma evolução que caminha junta: política, comunicação, empreendedorismo. As mulheres estão fazendo a diferença.”

Marlene Galeazzi conta histórias de seus 50 anos de jornalismo

Marlene Galeazzi

Com 50 anos de histórias e aventuras buscando sem medo o jornalismo, a gaúcha Marlene Galeazzi conta suas experiências entre o jornalismo, a política o colunismo social mostrando os bastidores da corte. Conhecida como “a caçadora das arcas perdidas”, Marlene Galeazzi Faz um resumo de suas peripécias na busca da notícia. Ela foi para a Amazônia, a bordo do barco de Jacques Custeau. A jornalista contou as dificuldades enfrentadas no dia a dia da atividade profissional, principalmente, por ser mulher

Histórias do jornalismo

A jornalista Marlene Galeazzi conta várias histórias do jornalismo brasileiro e também internacional. Com uma memória invejável e sem “scriptt.” Chama atenção a memória da jornalista que nasceu na Capital da Saúde, em Veranópolis, na serra gaúcha.

Ela narra vários episódios de sua vida profissional, citando os nomes de todas as pessoas que participaram desses eventos. Em conversa com jornalistas e convidados, no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito FederaL, Marlene Galeazzi, falou dos de episódios jornalísticos na Amazônia, na  Europa do Leste em períodos extremamente complicados”.

Experiência profissional

Marlene Galeazzi estreou como repórter em 1973 na sucursal da Revista Manchete em Brasília. Especializou-se em reportagens de aventuras, participou de expedições com Jacques Cousteau e das espionagens da KGB. Foi repórter política e investigativa na revista Veja e em O Estado de S. Paulo. Fundou a Revista Caras. Hoje é colunista do jornal Brasília Agora e no Blog Marlene Galeazzi e Revista Caras contando nas entrelinhas, os bastidores, na Capital da República.

Ana Lúcia Zanelatto, do jornal Gazeta, de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, fala da difícil missão de fazer jornalismo fora das grandes cidades

Ana Lúcia Zanelatto

O desafio de fazer jornalismo no interior

Comecei no jornalismo em 1976, quando, ainda cursando o magistério, precisava de um emprego de meio turno. Encontrei essa oportunidade na assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves. Ali, iniciei reproduzindo, em laudas, as notícias que eram enviadas para as redações das rádios e jornais locais.

Em 1979, ingressei na faculdade de Jornalismo e Publicidade na Unisinos e, ao mesmo tempo, consegui uma vaga na Gazeta. Na época, o jornal também era proprietário da revista do setor moveleiro — hoje nacional — Móbile, onde eu ajudava na criação de anúncios e produzia pequenas reportagens.

Daí, assumir a redação da Gazeta foi um processo natural. ei por todas as áreas: fiz cobertura de jogos de futebol (sim, hoje é moda, mas em 1979 eu já estava lá), cobri feiras do setor moveleiro e participei ativamente de tudo o que dizia respeito ao jornal.

Em 1984, com apenas 24 anos, tomei uma decisão que marcou minha vida: comprei o direito de uso da marca da Gazeta, já que o antigo proprietário decidiu se dedicar às revistas setoriais do mobiliário.

Quando me perguntam se houve um momento específico em que senti que “quebrei barreiras” por ser mulher, a verdade é que nem tive tempo para pensar nisso. Com 24 anos, uma dívida imensa e a necessidade urgente de aprender sobre a área comercial e istrativa, não sobrou espaço para sentir ou avaliar essas barreiras. Nunca vi diferença e nunca aceitei ser tratada de forma diferente.

Desafios do jornalismo regional

Trabalhar em uma cidade pequena, mesmo uma cidade rica como Bento Gonçalves, trouxe desafios que não foram simples. O maior deles foi não ter sido levada pela mão de “sobrenomes tradicionais”. A pergunta que sempre me ofendeu foi sobre quem seria o meu “sócio oculto”, como se uma mulher jovem e independente não tivesse permissão ou capacidade para istrar uma empresa.

Diante desse preconceito, que nunca considerei importante a ponto de consumir minha energia, tomei uma decisão prática: convidei um ex-colega de faculdade para dividir, principalmente, este “fardo” da fachada pública, permitindo-me focar a energia no que realmente importava. Até 12 anos atrás, quando comprei a parte do meu sócio, mantive-me fora dos holofotes — o que, numa cidade pequena, é libertador.

Como jornalista, atuei em todas as áreas possíveis dentro do jornal. Na istração, apanhei bastante para aprender, mas, com orientação e boas consultorias, muitas barreiras foram superadas.

As pressões políticas e econômicas sempre existiram. De um lado, a política — qualquer que fosse a vertente no poder —, sempre pressionando por engajamento. De outro, a pressão econômica. No interior, ainda se pratica muito a “mídia afetiva”, que considero a mais perniciosa e que ainda é a grande questão a ser discutida quase que diariamente, pois não leva em conta dados concretos, como números de circulação, alcance ou visualizações reais.

Conquistas e decisões difíceis

Um dos momentos de maior realização profissional da minha carreira também foi, paradoxalmente, um dos mais difíceis: a criação de quatro jornais rurais, que, por 16 anos, foram encartados semanalmente na Gazeta, com circulação que atingia 100% da população rural, em parceria com a Embrapa Uva e Vinho.

Levar conhecimento ao campo

Esse projeto tinha um objetivo que sempre me encheu de orgulho: reduzir o tempo entre as pesquisas de doutores em diversas áreas da vitivinicultura e a chegada desse conhecimento ao campo. Foram 16 anos extremamente produtivos.

Mas a pandemia nos obrigou a rever muitas coisas. Com uma nova consultoria, veio à tona a dura realidade: apesar de serem produtos de excelência, os jornais rurais nunca tiveram o mesmo sucesso comercial. E, como a Gazeta urbana sustentava toda a estrutura desses jornais, precisei tomar uma das decisões mais difíceis da minha trajetória: encerrar a circulação dos jornais rurais.

Eco certo

Mas não paramos por aí. Esse trabalho nos incentivou a criar o Projeto Eco Certo – Boas Práticas no Agronegócio. Durante sete anos, em coautoria com a Embrapa Uva e Vinho e com o apoio da Universidade de Caxias do Sul, realizamos ciclos de palestras no período de pulverização de agroquímicos nos parreirais, em seis localidades de três municípios.

Informação qualificada

Levamos informação direta e qualificada: 36 doutores palestrantes, falando para um público composto por 100% de agricultores, além de promovermos a sensibilização das crianças da área escolar rural. Foi um trabalho que me orgulha profundamente, pela sua qualidade e pelo impacto positivo que gerou.

Dores da pandemia

Outro ponto que considero de extrema importância para a Gazeta-RS hoje foram as dores da pandemia. Ela nos fez rever muitos preconceitos e, com a ajuda de consultoria, tomar decisões cruciais para que a Gazeta pudesse continuar a sobreviver depois de perder 90% do faturamento.

Após a decisão dolorosa de demitir os funcionários (e arcar com as custas dessa decisão), o horizonte se ampliou. Hoje, a contratação de profissionais da área não está mais restrita à área geográfica, o que melhora muito a oferta de profissionais qualificados e disponíveis para trabalhar online. Desde redação até venda de s e anúncios, foi um caminho longo, doloroso e, hoje, prático, libertador e com muito mais retorno.

Esta nova fase, quase (a entrega do jornal físico ainda é pelo método tradicional) totalmente online, nos trouxe mais liberdade, menos horas de trabalho e um alcance infinitamente maior.

O espaço da mulher e o futuro do jornalismo

Vejo que a mulher ocupa, cada vez mais, o espaço que é seu no jornalismo. A Gazeta, por tradição, nestes 40 anos comigo, sempre teve mais de 50% de mulheres trabalhando em todas as áreas — e não por sororidade ou feminismo, mas sim pelas próprias profissionais, que sempre se mostraram muito competentes e capacitadas.

Inteligência artificial

Sobre as novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial, vejo com clareza: são ferramentas valiosíssimas para adequar o jornalismo à era da internet. Encaro a IA como mais um instrumento que facilita a vida do profissional diante das necessidades de urgência cada vez maiores. Mas continuo acreditando que a curadoria humana é imprescindível, como acontece com qualquer ferramenta.

O que o jornalismo significa para mim

Se tivesse que resumir, em uma frase, o que o jornalismo representa para mim após 40 anos, eu diria: “Trabalho, seriedade e, principalmente, deixar o ego em casa: somos indispensáveis na seleção, checagem e transformação de informação em notícia confiável”, (Ana Lúcia Zanelatto, Jornal Gazeta-RS)

Judith Brito, 1ª mulher a presidir a ANJ

Judith Brito, ex-presidente da ANJ

Fundada em 17 de agosto de 1979 a Associação Nacional de Jornais tem por objetivo defender a liberdade de expressão, do pensamento, da propaganda e o funcionamento ir da imprensa, sempre observando os princípios da responsabilidade. A ANJ completa, em agosto, 46 anos, de existência, na defesa da liberdade de expressão e do bom jornalismo.

Hoje, preside na entidade maior dos jornais brasileiros, que tem associados em todas as unidades da Federação, que juntos, são responsáveis por cerca de 90% da circulação diária média no país, Marcelo Rech.

A primeira mulher a presidir a ANJ foi Judith Brito, diretora-superintendente do Grupo Folha. Desde a sua fundação, já presidiram a Associação Nacional de Jornais:

Ex-Presidentes da ANJ

Cláudio Chagas Freitas (O Dia/RS),Roberto Marinho (O Globo/RJ), Maurício Sirotsky Sobrinho (Zero Hora/RS), José Antônio do Nascimento Brito (Jornal do Brasil/RJ), José Maria Homem de Montes(O Estado de S.Paulo/SP), Pedro Pinciroli Júnior (Folha de S.Paulo/SP), Paulo Cabral de Araújo (Correio Braziliense/DF), Francisco Mesquita Neto (O Estado de S.Paulo), Nelson P. Sirotsky (Zero Hora), Judith Brito (Folha de S.Paulo), primeira mulher a assumir à presidência da ANJ, Carlos Fernando Lindenberg Neto (A Gazeta/ES), Marcelo Rech (Zero Hora), atual presidente, reconduzido ao cargo para o biênio 2024-2026. Ele também é membro do Conselho Editorial do Grupo RBS.

 ANJ completa 46 anos em agosto

Fundada em 17 de agosto de 1979, a Associação Nacional de Jornais tem por objetivo defender a liberdade de expressão, do pensamento, da propaganda e o funcionamento ir da imprensa, sempre observando os princípios da responsabilidade. A ANJ completa, em agosto, 46 anos, de existência, na defesa da liberdade de expressão e do bom jornalismo.

Hoje, preside na entidade maior dos jornais brasileiros, que tem associados em todas as unidades da Federação, que juntos, são responsáveis por cerca de 90% da circulação diária média no país, Marcelo Rech.

A primeira mulher a presidir a ANJ foi Judith Brito, diretora-superintendente do Grupo Folha. Desde a sua fundação, já presidiram a Associação Nacional de Jornais:

Ex-Presidentes da ANJ

Cláudio Chagas Freitas (O Dia/RS),Roberto Marinho (O Globo/RJ), Maurício Sirotsky Sobrinho (Zero Hora/RS), José Antônio do Nascimento Brito (Jornal do Brasil/RJ), José Maria Homem de Montes(O Estado de S.Paulo/SP), Pedro Pinciroli Júnior (Folha de S.Paulo/SP), Paulo Cabral de Araújo (Correio Braziliense/DF), Francisco Mesquita Neto (O Estado de S.Paulo), Nelson P. Sirotsky (Zero Hora), Judith Brito (Folha de S.Paulo), primeira mulher a assumir à presidência da ANJ, Carlos Fernando Lindenberg Neto (A Gazeta/ES), Marcelo Rech (Zero Hora), atual presidente, reconduzido ao cargo para o biênio 2024-2026. Ele também é membro do Conselho Editorial do Grupo RBS.

Pioneiras do jornalismo feminino

A história das pioneiras no jornalismo feminino é contada por Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite, pesquisador e coordenador do setor de imprensa do Museu da Comunicação HJC, que mostra no Observatório de Imprensa, o acervo do Museu  de Comunicação José Hipólito da Costa.

Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, prédio histórico, antigas sede do jornal A Federação, tombado pela Prefeitura e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE) e pelo Instituto do Patrimonio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN);

Fundado em 10 de setembro de 1974, o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom), em Porto Alegre, é detentor de um valioso acervo voltado às áreas da Imprensa / Propaganda e Imagem / Som. Sua hemeroteca, — considerada uma das maiores da América Latina. Ao longo dos anos, tem viabilizado a produção de monografias, dissertações e teses, dando uma grande contribuição na produção cultural do Rio Grande do Sul.

Correio Braziliense

O nome Hipólito José da Costa (1774-1823) é uma homenagem que a instituição presta ao patrono da imprensa no Brasil, o Correio Braziliense (1808-1822). Devido à Censura Régia na Colônia, este mensário foi criado, em Londres, na Inglaterra, e circulou clandestino, no Brasil e em Portugal, por defender a liberdade de expressão, combater o despotismo dos poderosos, na época, e por ter sido o pioneiro a combater o tráfico negreiro.

Acervo raro

Com a missão de preservar, guardar e difundir a memória da comunicação, o Museu contou, em sua criação, com o apoio da ARI (Associação Riograndense de Imprensa), do governador Euclides Triches (1919-1994) e da Secretaria da Educação e Cultura sob a direção, na época, do Cel. Mauro Costa Rodrigues. Neste ano completará, em 10 de setembro, 51 anos de serviços prestados junto à comunidade cultural, viabilizando à pesquisa importantes periódicos, cujo conteúdo narra o cotidiano nas esferas regional, nacional e internacional..

Conquista da cidadania

Ao contemplar os aspectos sociopolítico, econômico e cultural, este tesouro, sob a forma de impressos, representa a construção identitária de um povo e suas lutas em prol da conquista da cidadania plena. Luta ainda considerada inconclusa, como afirmou o historiador gaúcho Décio Freitas (1922-2004) em seu livro Brasil Inconcluso (1986). O mentor da ideia, de que se criasse um museu voltado à comunicação, foi o jornalista Sérgio Dillenburg

Preservação da Memória

Após a Instituição ter sido contemplada no edital do Projeto Programa Petrobras Cultural (2005/2006), o acervo raro, naquela ocasião, foi higienizado, inventariado e catalogado com a colaboração voluntária dos acadêmicos da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), do curso de História, sob a orientação das professoras Katia Pozzer, Cláudia Aristimunha e Márcia Miranda. Logo após esta primeira etapa do projeto, digitalizaram-se as capas desses jornais, visando a ilustrar o livro “Jornais Raros do Musecom 1808-1924“. Lançado em 2008, este livro tem sido fundamental para os pesquisadores, principalmente dos cursos de História e de Jornalismo, sendo citado na bibliografia de inúmeros trabalhos produzidos dentro e fora do espaço acadêmico. ados dez anos, a instituição está dando sequência a este projeto voltado ao seu acervo raro, visando a garantir, dentro do possível, a sua longevidade.

o às futuras gerações

Ao utilizarmos este recurso digital, evitamos também o manuseio constante dos originais, cuja consequência é a deterioração destas preciosidades. É primordial que nos utilizemos das novas técnicas, garantindo assim o o desta memória às futuras gerações.

Em março de 2019, o Museu Hipólito José da Costa comemorou o Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, com o apoio da Secretaria de Cultura (SEDAC), realizou a exposição, na forma digital, “Imprensa Feminina: as pioneiras”, contemplando jornais que compõem o acervo . Na ocasião, os três periódicos selecionados foram também digitalizados.

A seleção e a digitalização destes periódicos, dirigidos por mulheres, ocorreram, dentro do seguinte recorte histórico – temporal: da segunda metade do século 19 até o primeiro decênio do 20. O pesquisador, a partir deste trabalho, poderá ar, na forma digital, na instituição, os seguintes títulos ligados à Imprensa Feminina: O Sexo Feminino (1873-1874), O Corymbo (1883-1943) e o Escrínio (1899-1909).

A primeira jornalista

É de suma importância, em se tratando de mulheres que dirigiram periódicos, registrarmos o nome da primeira mulher jornalista no Brasil: trata–se de Maria Josefa Barreto Pereira Pinto (1787- 1837). Nascida em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, herdou a tipografia do seu pai adotivo e publicou, em 1833, o jornal legalista “Belona Irada Contra os Sectários de Momo” que criticava as ideias liberais defendidas pelos farroupilhas. Infelizmente, não existe imagem da sua diretora e redatora, assim como não há informação da localização deste periódico. O livro, do jornalista e pesquisador Roberto Rossi Jung, “A gaúcha Maria Josefa, primeira jornalista brasileira”, traz preciosos dados sobre a vida desta pioneira no jornalismo. Este livro foi publicado, em 2004, por Martins Livreiro / Editor.

O Sexo Feminino

O Sexo Feminino (1874-1875) era um semanário publicado, em Minas Gerais

Dirigido por Francisca Senhoria da Motta Diniz, O Sexo Feminino (1874-1875) era um semanário publicado, em Minas Gerais, na cidade da Campanha, defendia o o da mulher à instrução, assim como ao trabalho, enfatizando sempre o que considerava ser uma função adequada ao universo feminino: o magistério do ensino elementar. Em seu discurso opinativo, percebe-se uma simbiose entre o ser professora e o papel mulher, atrelando a condição do gênero feminino à função de educadora. Em 1875, ela se transferiu para o Rio de Janeiro, reimprimindo os dez primeiros números do seu periódico. Este periódico durou dois anos e contou, entre os s, com dom Pedro II e sua filha, a princesa Isabel. Após a implantação da República (1889), voltou a circular em 1887, encerrando no ano de 1896, tendo uma tiragem de 2 mil e 400 exemplares quinzenais.

Semanário O Escrínio

Semanário criado, em Bagé, por Andradina de Oliveira (1864-1935), o Escrínio tinha como lema “Pela Mulher”, após uma interrupção, o jornal ou, em 1909, a ser publicado, em Porto Alegre, na forma de Revista Ilustrada. Sua diretora foi educadora e defensora das causas feministas e escreveu o romance O Perdão (1910).

Andradina de Oliveira e sua obra foram tema, em 2010, da dissertação defendida pela pesquisadora Lúcia Maia, na UFRGS, que foi publicada, em forma de livro, em 2015, pela extinta Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag).

Belle Époque Gaúcha.

O Romance de Andradina de Oliveira trata do adultério cometido por Stella. Criada numa família burguesa, traiu seu marido Jorge com o sobrinho Armando, vindo do Rio de Janeiro, na época, Capital Federal. A partir de então a protagonista, vivenciando a culpa e o receio de ser descoberta pelo marido e pela sociedade, acaba fugindo com o amante. O cenário deste drama é marcado pelas relações de poder, de classe social e de gênero presentes nos espaços privado e público, registrando a forma de expressão linguística dos imigrantes, escravos libertos e da nossa elite rural que compunham o quadro da chamada Belle Époque Gaúcha.

Grupos de proteção

Ao entrevistar a autora Lúcia Maia, a jornalista Priscila Paskoa registrou o seguinte depoimento, acerca do comportamento feminino, dado pela historiadora Hilda Agnes Hübner Flores, autora do livro “Dicionário de Mulheres” (1999).

“A pesquisadora conta que a historiadora Hilda Flores constata que, em resposta ao ambiente tão repressor à mulher intelectual, elas aram a fazer parte de uma espécie de confraria. Moças e senhoras se protegiam, se convidavam para falar em conferências, publicavam nas revistas umas das outras. Um pacto implícito. Algo como “já que eles não querem nos ouvir nesta sociedade estratificada, então vamos nós criar nossos grupos”.

1º Jornal feminino

Considerado o primeiro órgão de imprensa feminina no sul do Brasil, o Corymbo foi fundado na cidade de Rio Grande (RS), no dia 21 de outubro de 1883, de acordo com Sacramento Blake, pelas irmãs Revocata Heloísa de Mello e Julieta de Mello Monteiro. Há divergências, entre alguns autores, sobre a data de sua fundação. Em 1928, com a morte da irmã Julieta, Revocata de Mello, após ter sofrido uma depressão, tornou-se a única proprietária e redatora. Este jornal criou um espaço para divulgar artigos escritos por mulheres que defendiam, na época, questões vanguardas como o voto feminino, uma educação qualificada e a mulher no mercado de trabalho. Este longevo periódico circulou até o ano de 1943.

Importância do Corymbo

Em novembro de 1940, Guerreiro de Victoria comentou sobre a importância do Corymbo: “ […] Revocata e Julieta, dois formosos espíritos que nem a morte separou, fizeram do Corymbo, na terra altiva do Rio Grande, a tribuna de oiro por onde falavam, em hinos de esperança, a literatura, o ensino, a Pátria e a liberdade. Nas suas colunas fulgiram, em meio de constelações, os maiores estilos de Portugal e da Pátria, unindo os sexos na perfectibilidade, sem sombras da aspiração e do sonho.

Quem dirige no Brasil por mais de meio século um jornal literário — sem recuo, sem pavor e sem esperança — tem direito por certo à iração integral, sem restrições, da geração hodierna. À Revocata de Mello — espírito de Júlia Lopes de Almeida, na bravura de Luisa Portinho — a nossa saudação franca e leal, pela data de hoje.” (Corymbo, Rio Grande, RS, Nova Fase, n. 454, nov.1940 ).

Driblando preconceitos

Estas pioneiras se propam a divulgar o papel das mulheres que, apesar do preconceito, conseguiram driblar o sistema patriarcal e conservador e, por meio da palavra impressa, discutiram ideias até então inusitadas naquele universo machista, como o direito ao voto e também de trabalharem em atividades tradicionalmente desenvolvidas por homens, a exemplo no campo do Direito, da Medicina, dos desportos, entre outras áreas;

Patrimônio cultural

Preservar a memória, por meio do patrimônio cultural, é tarefa fundamental, pois sem este empenho a sociedade fica alijada, em seus múltiplos aspectos, do registro de suas lutas e conquistas, e todo o esforço humano, visando a superar as adversidades, perde a credibilidade da sua narrativa devido à falta de registros documentais. Restando-nos então apenas o imaginário construído, ao longo do tempo, pela tradição oral. Como afirma o adágio popular: “quem conta um conto aumento um ponto”.

Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite, pesquisador e coordenador do setor de imprensa do Museu da Comunicação HJC.

Referências

BUITONI, Dulcília Schroeder, Imprensa Feminina. São Paulo: Editora Ática, 1986; FLORES, Hilda Agnes H. Dicionário de Mulheres. Porto Alegre: Nova Dimensão, 1999; MAIA, Lúcia. Porto Alegre, Belle Époque /A Paixão Segundo Andradina. Porto Alegre: Corag, 2015; MIRANDA, Marcia Eckert; COSTA LEITE, Carlos Roberto Saraiva da. Jornais raros do Musecom: 1808-1924. Porto Alegre: Comunicação Impressa, 2008.

o jornalismo brasileiro, há várias mulheres que se destacam em cargos de direção, embora a representatividade feminina ainda seja menor do que a masculina. Rachel de Queiroz foi pioneira, sendo a primeira mulher a escrever crônicas para o jornal “O Estado de S. Paulo” e a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Além dessas pioneiras, outras mulheres também se destacam na direção de jornais e na produção jornalística:

  • Joana Lopes: Criou o jornal “Brasil Mulher” em parceria com Terezinha Zerbini.
  • Francisca Senhorinha Motta Dinis: Editou o jornal “O Sexo Feminino” em Minas Gerais em 1873.
  • Maria Luz Morales: Foi a primeira mulher a dirigir um jornal de grande circulação na Espanha.

Embora a representatividade feminina ainda seja menor, a presença de mulheres em cargos de liderança no jornalismo brasileiro tem crescido, e elas têm desempenhado um papel fundamental na construção de uma imprensa mais diversa e inclusiva.

/sobre-o-autor/

Portal Repórter Brasília, Edgar Lisboa

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